Empresa havia pedido recuperação judicial, demitido os funcionários, mas a Justiça determinou a recontratação. Funcionários alegam que atrasos nos salários vem ocorrendo desde março. Funcionários entram em paralisação por pagamento de salários
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Os funcionários da Avibras começaram uma paralisação nesta segunda-feira (27) em protesto contra o atraso no pagamento dos salários. A empresa havia pedido recuperação judicial, demitido os funcionários, mas a justiça determinou a recontratação.
A paralisação começou no início desta manhã com uma ação de protesto em frente à fábrica. De acordo com o sindicato, a empresa ainda não teria feito o pagamento do salário de maio e disse que em somente no dia 22 de julho pagaria o salário do mês de junho.
A categoria alega que o atraso nos salários vem ocorrendo desde março.
A entidade informou que caso não sejam feitos os pagamentos atrasados, que ainda incluem as multas e parte dos salários após as demissões, até o dia 5 de julho vai paralisar a empresa por tempo indeterminado.
A Avibras não vai comentar o assunto.
Demissões
Em 18 de março a empresa bélica Avibras demitiu cerca de 400 trabalhadores na fábrica em Jacareí. Na época, o Sindicato dos Metalúrgicos informou que não houve nenhum comunicado prévio ou tentativa de negociação sobre medidas para evitar as demissões, como adoção de um layoff (suspensão de contratos), por exemplo.
A fábrica alegou que teve de adotar "ações de reestruturação organizacional da empresa, mantendo as atividades essenciais para o cumprimento dos compromissos contratuais assumidos junto aos seus clientes". Ao mesmo tempo em que fez o corte, pediu à justiça a recuperação judicial alegando dívida de R$ 600 milhões.
A entidade recorreu à Justiça do Trabalho e conseguiu reverter o corte porque o juiz entender que não seria possível ter recuperação, se não havia força de trabalho na empresa.
Com a readmissão, a empresa colocou os funcionários em layoff. No acordo, quem ganha até R$ 5,5 mil receberia 100% do salário líquido; quem ganha de R$ 5,5 mil a 8,5 mil ficaria com 90% do salário; quem ganhasse de R$ 8,5 mil a R$ 12,5 mil teria 80% do salário e acima 12,5 mil, ficaria com 70% do salário.
A alegação da entidade é que o acordo não foi mantido neste mês, com os funcionários sem prazo para o pagamento dos salários.