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Mãe de jovem atropelado por Bruno Krupp diz que soltura é um desrespeito com a vida do filho

Por P.A 24H em 29/03/2023 às 14:43:42
'É uma sentença de morte você não ter o seu filho mais com você, porque tudo meu incluía o meu filho', disse Mariana Cardim nesta quarta-feira. Mariana Cardim afirmou que a decisão da soltura de Bruno Krupp é um desrespeito

Arquivo Pessoal

A mãe do estudante João Gabriel, atropelado por Bruno Krupp em 2022, se disse “incrédula” com a decisão do STJ de soltar o modelo após conceder um habeas corpus. Ele deve sair do complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na tarde desta quarta-feira (29).

“A sensação que eu tenho é que a vida do meu filho não valeu de nada”, comentou ela em entrevista ao g1.

“É um desrespeito com a vida do meu filho, comigo, que tenho tentado me reinventar, me ressignificar”, lamentou.

São quase oito meses em que a mãe está sem o filho, atropelado em agosto de 2022 na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Mariana falou sobre como vem sendo esse período.

“É uma sentença de morte você não ter o seu filho mais com você, porque tudo meu incluía o meu filho", disse ela.

Perdas e saída de casa

Montagem Mariana Cardim de Lima, mãe de João Gabriel e Bruno Krupp

Reprodução

Mariana contou que, menos de um mês antes de João Gabriel ser atropelado, a família já tinha sofrido com a perda de um tio após um infarto. Ela pensou em sair de casa, mas a positividade do filho a impediu.

“Meu filho tentava animar eu e minha mãe. Ele era muito espiritualizado em relação à morte. E aí a gente continuou lá”, contou ela.

Poucos dias depois, João Gabriel foi atropelado por Bruno Krupp, que admitiu que dirigia a mais de 100 km/h na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.

Mariana Cardim e João Gabriel: mãe e filho

Reprodução

“No dia 31 de julho, menos de um mês depois, eu saio para ir em uma festa e volto para outro lugar sem meu filho, sem nenhuma estrutura, sem nenhuma sanidade, à base de muitos remédios”, lamentou ela, que agora está morando na casa de uma parente.

Mariana diz que perdeu também a independência.

“Fiquei dependente da minha família. Ele não levou a vida só do meu filho, ele levou a minha vida embora junto. É um vazio que a gente vive. É muito choro, é muita lágrima, é muita tristeza. É uma dor física”, finalizou.

A advogada de Mariana, Luciane Noira, disse que espera que a decisão do STJ seja revertida e que Bruno seja levado a júri.

“A gente vai analisar todas as medidas cabíveis e possíveis para tentar reverter essa situação. Essa medida nos pegou com muita surpresa, ninguém esperava”.

Relembre o caso

Bruno Krupp

Reprodução/Redes sociais

O modelo e influenciador Bruno Krupp atropelou o adolescente João Gabriel no dia 30 do ano passado, na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A vítima do atropelamento, um garoto de 16 anos, morreu horas depois. Segundo a Polícia Civil, Bruno estava de moto e não tem habilitação.

O influenciador pilotava uma moto sem placa, em alta velocidade e sem habilitação, quando atingiu João Gabriel.

O limite de velocidade na via onde aconteceu o atropelamento é de 60 km/h. Uma testemunha afirmou que ele estava a mais de 150 km/h. Krupp chegou a ser parado em uma blitz três dias antes do acidente.

Fonte: G1

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