Desde que o VAR foi implementado no Campeonato Brasileiro, em 2019, o torneio atual é disparado o que tem menos mudanças de decisões do juiz após intervenção do árbitro de vídeo. Brasileirão de 2023 é o de menor participação do VAR até aqui
A 8ª rodada do Brasileirão começa neste sábado (27). Esta edição do torneio está sendo a de menor participação do árbitro de vídeo desde que ele foi implantado no Brasil.
Neste mundo conectado, onde passamos boa parte do tempo das nossas vidas olhando para as telas, seria estranho se o futebol não seguisse a mesma tendência. Está aí o VAR - com todo o aparato de tecnologia -, que auxilia e, volta e meia, pede a atenção dos árbitros no campo. Mas, de uns tempos para cá, os hábitos estão mudando um pouco. Tem menos gente precisando das telas.
Desde que o VAR foi implementado no Brasileirão, em 2019, o campeonato atual é disparado o que tem menos mudanças de decisões do juiz após intervenção do árbitro de vídeo.
O VAR pode sugerir, por exemplo, que o árbitro vá ao monitor para revisar um pênalti que ele não marcou; analisar a participação na construção de um gol de um atleta que estava em posição irregular; punir um jogador com um cartão vermelho, entre outras situações.
A média histórica é de 4,6 mudanças de decisões por rodada. Em 2023, o número caiu pela metade. Agora, são apenas 2,1 mudanças de decisões por rodada.
"Esse ano de 2023, os árbitros do campo, o famoso trio de arbitragem, está muito mais forte, ele está muito mais sólido, ele está muito mais independente da ferramenta VAR. Porque nas pré-temporadas, a gente realizou muito treinamento com jogadores, simulação de jogos. Isso sim fortaleceu os árbitros do campo" ,afirma Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
"Faltava também, por parte dos árbitros no campo de jogo, tomada de decisão. Muitas coisas estavam sendo transferidas para a cabine do VAR, o que fazia com que aumentasse bastante o número de revisões e o VAR ficava muito exposto", diz o comentarista de arbitragem, Paulo César de Oliveira.
E a rodada mais recente do Campeonato Brasileiro apresentou um acontecimento inédito: foi a primeira vez em que nenhuma decisão dos juízes no campo foi alterada após intervenção do árbitro de vídeo.
"Os árbitros que estão na cabine, eles estão melhor adaptados em 2023 dentro de uma linha que a gente chama de linha de intervenção. Eu acredito que nós estamos encontrando esse equilíbrio entre a linha de intervenção do VAR e a boa prática dos árbitros no campo de jogo", diz Seneme.
"Até o momento, foram 15 mudanças de decisões em sete rodadas, em 70 jogos. Número, inclusive, que está abaixo do que a FIFA considera ideal. Ou seja, o número está muito bom. Os árbitros estão decidindo no campo de jogo e precisam manter o critério nas atuações e o bom desempenho nos jogos", aponta Paulo César.
LEIA TAMBÉM
Tecnologia avançada divide futebol entre VAR dos ricos e dos pobres, diz ex-árbitro
Conheça a paralaxe: conceito da astronomia ajuda a explicar lances polêmicos no futebol